28/05/09

CAT - Tercena

As semanas sucedem-se ao ritmo das experiências: à velocidade da Luz…
No CAT continuo a ter uma audiência reticente. Como crianças que são, gostam é de se sentirem livres. E eu bem as compreendo.
As crianças querem conhecer o mundo e para isso aprendem através das acções. A Alma quer conhecer como o corpo se comporta, fazendo brilhar nos seus olhos toda a Sua Luz, Pureza e Entusiasmo. Como ainda a alma rege o corpo, as crianças têm imensa alegria e energia. Por isso é que o nosso coração se derrete com os seus sorrisos, tão sinceros, tão puros. E também nos fazem lembrar que esta mesma criança ainda vive dentro de nós, ansiando por poder manifestar-se. E que nós repetidamente sufocamos, desculpando-nos com os padrões sociais.
Se realmente nós quisermos, continuamos a ter acesso a este manancial inesgotável de energia durante toda a vida. Mas encobrimos a nossa Luz colocando máscaras e mais máscaras, até que perdemos a noção de quem realmente Somos.
Mas voltando a quem ainda tem idade de criança: como disse anteriormente tive de ajustar a actividade às crianças.
Já tentei várias abordagens, já contei histórias, levo sempre mantras diferentes, já levei divindades indianas, com música, sem música, etc. O resultado é muito semelhante: uma certa apatia e relutância em fazer a actividade.
Na semana passada senti que a minha colaboração esteve em perigo. Depois de andar a chamá-los pessoalmente e eles inventarem desculpas para não assistir, lá foram.
Nada participativos e interessados, mas nunca mal-educados. Expressões fechadas, pouco dinamismo mas nunca me faltaram ao respeito com palavras.
Transmiti a situação ao João Monjardino. Sempre diligente no sentido de arranjar uma situação confortável para todos, combinámos tentar mais uma semana. Ele iria tentar sensibilizar as crianças para serem mais pró-activas.
Nesta 3ª lá fui com alguma apreensão, mas disposto a dar o melhor. Eles trocaram duas das crianças. As novas são mais interessadas. Mas continuou uma certa apatia.
No fim, voltei a falar com o João e quando me perguntou se iria continuar, senti como que um abanão interior. Algo muito forte me fez dizer que SIM! Não fui capaz de ”voltar as costas” a estas crianças, a abandoná-las. Olhando para trás, houve pessoas que me apoiaram mesmo quando eu não estava a ser correcto e por tal, ainda as guardo preciosamente no meu coração e me sinto grato pelo apoio incondicional delas.
À semelhança de outras ocasiões, no CAT senti que tinha de continuar não por elas gostarem ou não, mas pelo serviço que eu podia proporcionar.
O quanto eu gostaria de ter tido alguém que me mostrasse realmente a espiritualidade quando eu era muito jovem. Possivelmente não estaria agora a desconstruir tantos preconceitos e maus hábitos e ainda à procura de mim próprio.
Decidi que era muito mais importante transmitir sabedoria universal (mesmo que eles finjam que não ouvem) do que ser mais um na sociedade a deixá-los “para trás”. Acho que isto eles já tiveram o suficiente na vida, se sei um pouco (muito pouco) mais, então tenho de tomar as decisões mais acertadas e assegurar que estes jovens tenham mais uma possibilidade de serem realmente Felizes!Saí com o coração a transbordar de Felicidade. É bom sentir que estamos a servir bem o Universo.

1 comentário:

  1. Parabéns por não desistir. Tenho um grande carinho pelo CAT Tercena. Aquelas crianças precisam que não desistam (outra vez) delas e nós precisamos do seu exemplo, para não desistirmos também! Seja feliz!

    ResponderEliminar