No Domingo (26/07) propus-me a mais um desafio atlético.
Desta vez foi o mítico Raid Melides Tróia – UMA. O percurso é deslumbrante mas ultra-exigente: ligar a praia de Melides a Tróia (43km) pela areia (em algumas partes, daquela solta que nos enterramos a cada passo …).
Foi a minha terceira participação. O ano passado, não consegui vencer o desafio e acabei por desistir.
Este ano, as condições foram uma bênção: a maré esteve mais vazia (permitindo correr mais na areia molhada), não esteve muito calor (a prova é feita quase em auto-suficiência. Temos de levar os nossos próprios abastecimentos e não podemos receber/adquirir nada) e soprava uma doce brisa de norte, refrescando os atletas.
Depois de ter feito provas mais longas, para o meu corpo um desafio de 5 horas já se torna “aceitável”. Mesmo assim tive de estar muito concentrado e manter a motivação em alta para fazer esta marca (que nem é boa nem é má…)
Muitas tentações que se têm de transcender durante a prova: o mar fresquinho e com uma cor deslumbrante, os gelados das crianças (mau karma! Pensar em tirar os gelados às crianças…), as toalhas dos veraneantes (mais mau karma: ocupação de pertences alheios), parar e desistir, justificar a questão que muitas vezes me assaltou: “mas que raio é que estou para aqui a correr feito tuareg? Podia ter ido de carro…”.
Por vezes, as forças fraquejam e as questões gritam e ecoam dentro da mente. Forçando a uma maior concentração e por vezes, cerrar os dentes e simplesmente olhar em frente e continuar a correr.
Consegui manter um andamento regular e nos últimos quilómetros ainda passei muitos colegas a quem a mente e o corpo já tinham levado a melhor. Tentei motivá-los e alguns foram receptivos.
Eu lembrava-me que a meta era colocada depois de uma curva. Mas não me lembrava que existiam “muitas” curvas. Foi o desaire depois da 1ª curva. Ainda não se via a meta… O mesmo na 2ª e na 3ª. Até que na enésima (quis deixar de contar) curva avistei o insuflável da meta.
Ainda consegui ter forças para acelerar no fim e cortar a meta em alta.Mais um desafio cumprido mas que foi duro (mesmo com as condições favoráveis deste ano).
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