11/07/09

UTSF (Ulta-Trail da Serra da Freita)

No Domingo passado estive na Serra da Freita (Arouca) para mais um desafio atlético.
Foram 60km (9h50m) num dos locais mais bonitos de Portugal.
Na serra ainda se sente a pureza inicial, a energia (prana, chi) é quase tangível. Pequenas aldeias dispersas, poucas estradas, vegetação intensa é o segredo para preservar uma atmosfera tão pura.
Mas foi uma das provas mais difíceis em que participei.
Por ter tido apresentação da peça “O Ginjal” no dia anterior, tive de fazer a viagem durante a noite e cheguei mesmo a tempo de levantar o dorsal, trocar de equipamento e partir.
O tempo apresentava-se bastante enevoado e a chuviscar. Uma bênção! Se estivesse calor, os dificílimos 60kms de grandes subidas e grandes descidas teriam posto muitos atletas fora de prova.
Quando foi dada a partida ainda estava a acabar de preparar o equipamento e arranquei em ultimo. Já sabia que isso não iria influenciar o resultado pois havia muitos quilómetros a percorrer. Interiorizei o facto de tentar dar um pouco mais no inicio para tentar chegar o mais longe possível na altura de maior calor (que acabou por não acontecer). Fui alegremente subindo montes e descendo vales até que chegámos à zona do rio.
Por causa da humidade matinal as pedras escorregavam perigosamente, transmitindo uma permanente sensação de instabilidade dando azo a muitas peripécias como a da foto (dou graças por não ter sido eu). Ainda tropecei, caí na água, arranhei-me mas tudo de menor importância. O convívio esteve sempre em alta. Este tipo de desafios propicia a união. Tivemos o prazer/desafio de ter duas grandes subidas na prova. Uma delas demorei cerca de 1h30m a subi-la. No inicio olhei para cima e os atletas que estavam no quase no topo eram meras cabeças de alfinetes! A minha apetência pelas subidas vem do facto da ascensão física inspirar-me a ascensão interior. No fim tive o privilégio de tirar uma foto com o grande companheiro de desafios, José Magro.
Depois das duas subidas, qualquer outra dificuldade seria facilmente digerível.
Fui gerindo os abastecimentos sólidos de forma a manter a energia física em alta.
Fui sempre a ouvir músicas de meditação que me a mente serena e desapegada do esforça mas determinada.
A alegria cresceu ainda mais quando senti que faltavam poucos quilómetros para o final. Ainda consegui aumentar o ritmo e aí, transbordei. Foi tão especial sentir o dinamismo interior (físico, energético, emocional, mental e espiritual) depois de tantas provações.
A alegria ao chegar à meta...
Mais uma experiência vivida intensamente.

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