07/09/15

Proposta para implementação do Dia da Zona de Desconforto ou "O que tu queres sei eu": é desconforto.

Na espiritualidade fala-se muito de sair da zona de conforto, mas parece que o desconforto é tabu. Parece que só a palavra, indicia coisas menos boas.
Quero agradecer, enaltecer e dar o devido mérito à Zona de Desconforto. Devia ser relembrada, acarinhada e celebrada em todo o Mundo.
Como pessoa, curador e amigo, reparo que todos tivemos epifanias depois de choques emocionais (doença, acidente, desgosto amoroso, ...), que nos fizeram avançar em nós mesmos e impulsionaram-nos a soltar situações inertes, vazias ou violentas.
Os humanos são adaptativos e vão-se moldando às situações e muitas vezes, só através de um 'abanão' temos a percepção de que estamos a viver algo que realmente não queremos e iniciamos um processo de mudança. Quando o iniciamos, criamos um novo circuito neural, libertamos uma nova faixa energetica no nosso arco-iris aurico e descobrimos um novo aspecto do Eu.
As sociedades mais 'confortáveis' têm uma taxa de suicidio maior (p. ex. em Africa a taxa é baixissima, ao contrário dos paises nordicos da Europa).
Viemos a este plano nesta altura, não só para evoluir como Seres Cósmicos mas também contribuir para que haja uma elevação de frequência geral através de uma forma de Estar e Ser; do que a nossa Alma gosta e quer, é acção interior.
Filme que é filme, tem uma trindade (como tudo no Universo): o Bom, o Vilão e a Namorada do bom. E é a tensão dramática que nos cativa pois cria acção, estória,  Amor.
Se houvesse só o Bom não haveria estória para contar. Se só houvesse o Vilão, seria desencorajador. Se não houvesse romance, seria emocionalmente vazio.
E porque gostamos de super-heróis? Porque sabemos que também somos um. Com os nossos poderes individuais, preciosos e únicos.
Imaginem quando a célula se desdobra, o incomodo que deve ser... E se ela por questões de protecção, de segurança resolvesse não se dividir? Seria bizarro, não?
A locomoção é um conjunto de desiquilibrios, de desconfortos. Os musculos entram em esforço, as articulações recebem forças diferentes, a respiração sai do normal. Inicialmente, o corpo está estático e sereno. Para dar o primeiro passo tem de sair do equilibrio e isso pode ser perigoso. Mas se não te arriscares, não caminhas.
Temos de ter Coragem para Ser e sairmos do nosso conforto, para entrar no fluxo da VIDA, que é abundante, justa e vasta/diversa.
Todos nos lembramos das situações 'dificeis' da nossa vida mas pouco nos lembramos das horas que passamos meios zombies em frente a um ecran, afundados no conforto do sofá, carregando mecanicamente em botões.
Se a Vida é meiguinha? É e não é. Tu é que escolhes.
Não sou da opinião que só conseguimos evoluir pela Dor, mas tantas vezes negamos as aprendizagens que chegam com um embrulho bonito, fácil e em Amor.
Não acho que temos de ir para o deserto sem água para aprender o que a água é: Amor liquido. Podemos ler livros, investigar e ligarmo-nos intuitivamente para atingirmos isso.
Algo que todos gostamos é de viajar. Porquê? Porque o quotidinao já conhecemos e algo forte em Nós anseia por mais, pelo novo e por conhecer tudo o que existe.
Então saímos das nossas confortáveis vidas e vamos com as nossas crenças às costas, fazendo distâncias que nos cansam o corpo, para sitios estranhos que não têm a nossa temperatura, a nossa alimentação habitual nem os nossos colchões; com insectos manhosos, água duvidosa,...
Somos masoquistas? Não! Queremos VIVER!!!
Queremos ir mais além do conhecido, do habitual, do expectável.
E estou a falar de desconforto exterior, pois é a alavanca das viagens: vais ter diferenças no exterior para criar comparações interiores que vão (ou não) questionar o teu sistema de crenças pessoal. O certo é que nunca voltas igual.

A VIDA é para ser vivida em primeira mão. Sobreviver traz-nos melancolia e até depressão.
Celebremos a irrequietude interior, a curiosidade, a VIDA!!!
E viva a Zona de Desconforto!!!

Eu gostava muito de, nos ultimos instantes desta vida, quando fizer o resumo desta passagem, sentir: "Boa! Tudo valeu a pena pois VIVI. Deixo este corpo e vou de Alma cheia"

Sugestão* Olha para ti e pergunta: vivo no cinema da vida dos outros ou estou a ser um viajante intrépido da VIDA a que eu me propus?

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