19/12/13

Con Forto
Con Forte

Foi um tema que surgiu no meu ultimo Retiro: o que é o conforto e porque parece tão importante e porque é que o frio da noite me incomoda TANTO?
E apareceu-me esta desconstrução e que me diz "Algo que nos protege, que nos dá força"
O que eu sinto é que tudo o que nos dá conforto, num certo grau, também nos distancia de Nós, da Vida e nos enfraquece pois é uma barreira, uma protecção.
Na Idade média, um pensamento de uma armadura deveria dar conforto. Mas a propria armadura é tambem uma prisão (quem não leu "O Cavaleiro da armadura enferrujada?" Recomendo).
Aquilo que nos protege, atrofia-nos.
A maior capacidade de armazenamento das tecnologias, diminui-nos a capacidade de memorização, provocando menos foco e facilmente perdemos a trajetoria do nosso percurso (o que dá muito jeito a certas forças) alem de, actualmente, todos temos momentos alzhaimicos.
O conforto superfulo torna-nos desatentos e o desconforto estimula-nos.
No fundo, o conforto leva-nos para fora, mantendo-nos na carência e o desconforto desvela as nossas reais capacidades e percebendo que, na nossa vida, soubémos dançar com todos os obstáculos que nos queriam travar.
Se vencemos? Estamos vivos e despertos, não estamos?

Cada um de nós decidiu e delineou (até as experiencias 'desconfortáveis') a sua descida a este plano, de desafios e auto-descoberta.
De alguma forma, cansámo-nos do conforto da Bem Aventurança e quisemos entrar numa espiral de novas sensações e experiências.
Todos nós sabemos que as situações que não nos estimulam, não as recordamos (porque não sentimos crescimento) mas aquela situação em que pensamos que estava tudo a correr menos bem e que acabámos por ultrapassar; até temos regozijo em partihar com os Amig@s.
Por isso, é que estão nos sempre a aconselhar para sair da zona de conforto, pois não é no conforto que as aprendizagens construtivas (ou desconstrutivas) estão.
É no turbilhão, na torrente de experiências diárias que rapidamente percebemos o que é para nós e o que não é.

Há uns tempos, ouvi uma palestra em Lisboa de um senhor de 93 anos que tinha vindo de comboio do Porto para o evento. UAU!!!
E uma das coisas que falava era que o que nos enfraquece mais, é tomar banho de água quente.
Quando ouvi isto, pensei "Mas há outra temperatura para tomar banho???" E depois percebi o que ele queria dizer e tem toda a razão, claro
Quando mais nos protegemos do frio (tentamos aquecer o planeta no Inverno e tentamos arrefecer no Verão... e depois dizemos que o planeta está doente LOL) mais frio vamos ter. Claro que a nossa temperatura vital de conforto é 22ºC mas podemos estimular o nosso corpo a se ADAPTAR a toda a gama de temperaturas.
Neste aspecto, os faquires são mestres. E é um extremo do espectro, no outro extremo, temos o ocidental afundado no sofa com o controle remoto na mão.
E Buda falava no 'Golden Middle' como caminho mais rápido e agradável para a Iluminação.
Devemos saber o que para nós nos faz crescer (mesmo que magoe o ego), nos faz estagnar e o que nos magoa a Essencia (que não é para nós).

E voltou um tema que andei a trabalhar: a capacidade de ser frágil.
Para mim, cada vez mais é importante a Fragilidade (sem entrar numa de hipersensibilidade).
Ser capaz de ser Eu e estar neutro, ao mesmo tempo que, totalmente exposto sem mascaras.

Bora dar mais um passo e ser frágeis e estar desconfortáveis, totalmente despertos e confiantes na Vida que Somos?

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